segunda-feira, 29 de junho de 2009

A crise econômica no Piauí

Histórico econômico


Com a doação de cartas de sesmarias por Pernambuco, em 1674, fazendeiros começaram a ocupar as margens do Rio Gurgéia em busca de novas expansões para a criação de gado. Um deles, o capitão Domingos Afonso Mafrense fundou 30 fazendas bovinas e se tornou o mais importante colonizador da região. Seguindo sua vontade, após sua morte, jesuítas passaram a administrar as fazendas que o pertenciam, desenvolvendo uma ampla habilidade pecuarista, que se tornou um fator decisivo para o progresso do Piauí já em meados do século XVIII.
A região se tornou a principal fornecedora de rebanho bovino no Nordeste e nas províncias do Sul, mas acabou entrando em declínio com a posse de Pombal, que expulsou os padres da companhia de Jesus do Brasil e incorporou as fazendas de Mafrense à Coroa.
Com esse acontecimento, durante um longo período de tempo, que vai do final do século XVIII a meados do século XX, a agricultura, que se desenvolveu junto com a criação de gado, acabou sendo a principal fomentadora da economia, e, quando antes era voltada para a subsistência, após os fatos ocorridos, também se tornou direcionada para o mercado externo, principalmente no que se diz respeito ao cultivo da cana-de-açúcar e algodão.
No início do século XX, além da agropecuária, o extrativismo vegetal atuou intensamente através da extração da carnaúba, babaçu e castanha de caju, que eram voltados para a exportação e viraram um dos principais produtos de acúmulo econômico no Estado.
Após a Segunda Guerra Mundial, o capitalismo mundial passou por transformações profundas, caracterizadas principalmente pela aceitação consensual da presença forte do Estado na Economia. No Brasil, essas transformações se expressaram na sucessão do “modelo primário-exportador” pelo “modelo de substituição de importações”. Sem a infra-estrutura necessária à inserção produtiva no novo modelo, o Piauí ficou à margem do processo de desenvolvimento nacional.
A implantação da infra-estrutura que deveria dar apoio à produção no Estado levou
toda a década de 70 para ser concluída e, quando isso aconteceu, o modelo primário exportador já havia se esgotado e o país entrado na “década perdida”. O crescimento econômico foi preterido diante da necessidade de combater a inflação - objetivo que só é alcançado em 1994 com a implantação do Plano Real. O lado positivo é que, de certa forma, o tamanho reduzido e o isolacionismo protegeram o Piauí das intempéries econômicas, fazendo com que ele atravessasse todo o período sem grandes transtornos (Veloso Filho, Francisco de A).
Mesmo após longos anos, a região manteve um setor industrial bem escasso, com números modestos de indústrias no ramo têxtil, químico, alimentício e de materiais de construção, juntamente com uma malha ferroviária obsoleta e reduzida.
Até a década de 1990, a pauta de exportações piauienses era formada basicamente por produtos primários semiprocessados, como cera de carnaúba, castanha, couros e peles. Nos últimos anos, a lista de produtos exportados foi ampliada, ganhando, além de outros produtos primários, como a soja e seu farelo, o mel, os sucos de frutas, produtos industrializados, como a pilocarpina, e as confecções.

Sem comentários:

Enviar um comentário